28 de nov. de 2010

Planto o amor...


Com pouca vontade sigo nesse caminho
O coração me prende como se tivesse raiz
E por mais que eu podasse todas as incertezas
Dói tão forte no peito
Bem mais do que eu quis

Arranco com os dedos esse desespero
E fico em pedaços
A margem de mim

Tem uma voz metida que ouço com medo
Fazendo ferida onde plantei amor
Não agüento essa angústia enrustida
De só viver minha vida
Quando passar essa dor

Quem sabe um dia
Tão breve abra o sol
E minhas folhas façam sombra à margem de um rio
E quando quiseres meu fruto da vida
Verás que o meu caminho pra ti se partiu

Percebo que o coração não brincou
Só era pequeno demais pra entender
Aprendeu errando onde colocar a semente
Mas plantou o que sente pra depois colher.

Bruna Ramos dos Santos

20 de nov. de 2010

Dia-a-dia



Minha paz chega
Me abraça
Me dá bom dia
Suspiro fundo e quando vejo durmo tranquila
Abro os olhos e nem a vejo acenar
Chegou segunda-feira!
Não ouço bom dia
Pulo da cama
Café não tem gosto
Água no rosto
Essa paz não me engana
As horas trafegam entre ponteiros...
E não se confundem
Final do dia
Minha paz chega
Me abraça
Cheguei na cama
Me dá boa noite
Dorme comigo
E amanhã me abana

Bruna Ramos dos Santos

O amor

Te amo, simplesmente te amo
E já me sinto condenada
O amor chega sutil, dado de graça
Mas não vai embora sem nada

O coração suporta o amor
E todos os sentimentos que sente
Arregala os olhos pra morte
E permanece vivente

Amor é brasa pequena
Que vira chama sem avisar
Quando feliz a felicidade é plena
Quando triste dá pena
Já não sabe sofrer sem chorar

O amor virou fogo e queima
Sente não ter água que o apague
Alastra-se com o vento
Espalhando faíscas no toque

Vejo-te partir lentamente
Enquanto as cores dos meus dias desbotam...
E lá vai contigo meu sossego...
A fome, o sono, os pensamentos...

O amor chega sutil, dado de graça
Mas não segue a estrada sem nada
Leva com ele toda a felicidade que trouxera
E quando parte, parte o coração
Metade ainda fica e não se cala
Quando vem a madrugada
Aperta forte no peito
Como se fosse uma espada
Sinto sangrar lentamente
E só me vejo contente
Com a sua chegada

Bruna Ramos dos Santos

3 de nov. de 2010

Por amor a lua


Vim aqui outra vez
Falar pra mais ninguém
Não tenho nada novo e se tiver Amém
Papel, sei que me entende
Se não entende te transformo num barquinho
Te largo no oceano
E se vira, vire navio
Sem pressa navego correndo
Atrás de sei lá o que
Na volta o que interessa
É que eu sei que vou te ver
Minha vida anda tão tua
Serena, calma a vagar
Entre meus passos busco teus olhos
Como um farol a me guiar
Se não te encontro me perco
Se não te vejo, onde estou?
Não me sinto tão bem
Em lugar algum...
Só sou como sou
Quando sou contigo
Amor, paixão, amigo...
Lua que “fases” da minha vida?
Sei lá onde me meti
No meu peito tem um coração
Que só bate por ti
Se parar jaz nessa terra
Um amor que não se encerra
Por ti eu morreria outras tantas vezes...

Bruna Ramos dos Santos